Na medida em que se passam os anos, tenho observado que muito do caminho que percorremos não se trata de um trecho de caminho descoberto por nós. Boa parte do trecho das jornadas que temos percorrido como seres humanos, não importando a área de atuação, já foi exaustivamente trilhado por muitos outros há muito tempo antes de nós. Nesse sentido, embora muitas vezes nos sintamos solitários e desabastecidos em algumas etapas de nossas vidas, podemos reconhecer o fato de que outros já se sentiram sozinhos e sem vigor nessas mesmas etapas. Podemos nos unir a eles e, juntos, compartilhar das dores e alegrias que cada um viveu ou vive durante a peregrinação como seguidores de Jesus.
Mas se tem algo que pode nos acompanhar em tempo real, como um companheiro de trilha, são os conselhos que recebemos. Sim! Conselhos são como verdadeiros amigos de jornada que vez ou outra conversam com a gente. Ou uma outra metáfora, conselhos podem ser comparados a sementes que outros, que vieram antes de nós, plantaram ao longo do caminho que eles estavam abrindo. Assim, ao percorrer os mesmos caminhos, encontraríamos as árvores crescidas com seus frutos maduros.
E uma forma de experimentar um desses frutos, amadurecidos pelo tempo, ou seja, aceitar conselhos, é a leitura. Livros são verdadeiros laranjais prontos para serem colhidos. Há muito fruto disponível. Muito conselho provado pelos anos daqueles que viveram ou ainda vivem à nossa frente.
Como no exemplo, depois de uma colheita você precisa selecionar aqueles melhores frutos de outros não tão maduros assim, ou até mesmo, estragados. Assim são os conselhos nos dados através das leituras disponíveis. Eu mesmo, já recebi muito deles e precisei selecionar os melhores frutos.
Dentre muitos, há um conselho que sem dúvida alguma foi um dos melhores que já recebi. É aquele conselho que me foi dado pelo pastor e autor Peter Scazzero, em seu livro “Espiritualidade Emocionalmente Saudável”. Esse livro foi fundamental em minha vida e ministério. Posso dizer que a partir dele pude experimentar uma profunda renovação.
Com exemplos e acontecimentos de sua própria vida e ministério, muitos dos quais são similares aos que nós vivemos, Scazzero nos fornece uma trilha escondida, muito antiga, que nos leva a verdadeiros e frutíferos pomares. Essa trilha, talvez esquecida por muitos, é daquelas por onde genuínos seguidores de Jesus já passaram. Você poderá encontrar nelas as pegadas de muitos deles.
Seguindo na contramão de um sistema frenético e cativo da originalidade, espontaneidade e produtividade escravizadoras, Peter vai nos conduzir em um verdadeiro diálogo com a realidade e a encarnação da espiritualidade cristã. Um caminho por onde você aprende a se reconhecer e conhecer aquele que nos criou e nos amou.
Sou muito grato a Deus por, logo cedo em minha jornada ministerial, ter me abençoado com esse conselho, esse fruto maduro. Certamente algo sem o qual, talvez ainda estaria perdido nas paredes íngremes e frias do meu coração legalista e que deseja obstinadamente ser independente. Graças aos conselhos e discussões ali levantadas, mesmo passando por vales escuros, ainda tenho nos lábios o gosto doce e a memória dos pastos verdejantes por ter estado com Jesus.
Quanto mais ando pelos caminhos que o autor propõe, mesmo cansado às vezes, sinto-me revigorado e abastecido. E isso porque ele nos ajuda a entender onde e como buscar o alimento que nossas almas tanto precisam.
Se, como um dia fizeram comigo, eu pudesse lhe dar um fruto da minha cesta, lhe aconselharia a ler hoje mesmo o livro “Espiritualidade Emocionalmente Saudável”, de Peter Scazzero. Leia-o ao longo das semanas, como se estivesse saboreando um fruto maduro. Leia-o como se estivesse sendo desafiado a seguir por uma trilha antiga, recém-descoberta. Veja seu coração ser nutrido e abastecido para o restante da viagem que ainda lhe aguarda.
Seja você um pastor de longa data, seja um seminarista ingressando em seus estudos ou seja um cristão que deseja seguir Jesus de forma genuína, esse livro é para você.
Venha o Teu Reino!
Curitiba, 11 de maio de 2022
Quarto domingo depois da Páscoa